quarta-feira, 24 de junho de 2020

Prefácio do livro, A ideologia Alemã.

Karl Marx e Friedrich Engels
A ideologia Alemã
Teses sobre Feuerbach

Os homens sempre formaram idéias falsas sobre si mesmos, sobre como são e deveriam ser. Instituíram as suas relações em função das suas representações de Deus, do homem normal etc. Foram dominados por esses produtos de sua cabeça e curvaram-se diante de suas criaturas , mesmo sendo os criadores.

Devemos liberta-los dos sonhos, das idéias, dos dogmas, do imaginário sob cujo jugo ficaram presos. Devem revoltar-se contra o domínio das ideias.

Se forem ensinados a substituir essas fantasias por pensamentos que correspondam a essência do homem afirma um, a ter uma atitude crítica  face a elas, afirma outro, a expulsa-las da mente, diz um terceiro, a realidade vigente ruirá.

Estas fantasias inocentes e pueris formam o cernida recente filosofia dos jovens hegelianismo, e na Alemanha, não apenas são recebidas pelo público com uma mistura de veneração e assombro, mas ainda são apresentadas pelos heróis filosóficos com a solene consciência de que tais idéias, de uma brutalidade criminosa, representam um perigo revolucionário para o mundo.

Esta publicação propõe-se a desmascarar estas ovelhas que se julgam lobos e por tal são tomadas, mostrando que apenas reproduzem com seus balidos, uma linguagem filosófica dos alemães burgueses e que suas fanfarronadas apenas refletem a mesquinhez lamentável das condições alemãs, tem por propósito mostrar e desacreditar essa luta filosófica contra as sombras da realidade que tanto agrada ao povo alemão sonolento e sonhador.

Outrora, houve quem acreditasse que os homens podiam afogar-se apenas porque acreditavam na idéia da gravidade. Caso tirassem da cabeça esta idéia - por exemplo, declarando que não passava de uma representação religiosa supersticiosa - ficariam livres do perigo.

O homem que assim pensava, durante toda a sua vida teve que lutar contra as estatísticas que mostravam as consequências perigosas de tal ilusão. Este homem era o exemplo vivo dos filósofos revolucionários alemães da atualidade.


REFERENCIA

Marx, Karl, 1818 - 1883 
A Ideologia Alemã, 1 capitulo, seguido das teses sobre Feuerbach/ Karl Marx, Friedrich Engels
Tradução Silvio Donizete Chagas 
São Paulo - Centauro, 2002

Título original - Die Deutsche Ideologie

sexta-feira, 19 de junho de 2020

A insegurança dos bolsonaristas

Caro leitor,
no dia em que escrevo esse texto, arrisco-me a dizer que, boa parte dos bolsonaristas de hoje são pessoas inseguras, medrosas e que se tremem de pavor da realidade que os cercam e horror da sua própria realidade, por isso esse apoio incondicional ao "mito".

O discurso do "mito" embora frágil, vazio e sem qualquer tipo de embasamento, dá segurança aos inseguros. Os bolsonaristas são aqueles que tem medo de ser feliz, são aqueles que tem medo de encarar a realidade e preferem ficar protegidos em suas bolhas ou em seus armários. Nada melhor do que o "mito" para por a "ordem" e ninguém precisar sair de seus armários.

Se fazer de bobo alegre com o discurso de que quer salvar o Brasil, é uma das estratégias de disfarce dos bolsonaristas, ou melhor, a principal estratégia dessa parcela da sociedade. 

O que é essa insegurança?

Insegurança em relação as mudanças evolutivas que acontecem no mundo como os debates sobre a homofobia, o machismo, o espaço da mulher, a honestidade, a desigualdade social, o racismo e o debate de que todos somos iguais.

A pessoa que se prende ao pensamento conservador acredita que fica "protegida" de ser vinculada como pertencente desses debates citados no parágrafo acima, seu armário com seus segredos comuns e humanos ficam trancados a sete chaves. 

É lógico que não posso generalizar, entretanto garanto que 80% dos bolsonaristas se enquadram como favoráveis e simpatizantes aos debates libertários, porém com medo de quebrarem as correntes dos seus armários para fugirem de qualquer tipo de julgamento, preferem se enganar e apoiarem o reacionarismo. Os outros 20% são pessoas ignorantes, egoístas e desumanas que precisam de uma luz para ampliar suas cegueiras. 

Eu sei que se um bolsonarista chegou até esse parágrafo sozinho em casa, vai concordar comigo. Se essa leitura estiver sendo em conjunto, esse bolsonarista vai se por como fazendo parte dos 20%.

Na contramão do jornalismo

Para os poucos que me conhecem, sabem que eu sou extremamente crítico em relação ao comportamento profissional de muitos jornalistas e, quanto mais os anos passam, mais entendo a importância e o dever desta profissão e mais fico critico da postura de muitos profissionais famosos ou não desta área da comunicação.

Não quero com esse texto creditar a mim todo o conhecimento jornalístico, longe disso, porém me julgo com maturidade o suficiente para analisar e fazer ponderações sobre as aberrações que estou vendo neste meio a muito tempo.

Começo pelos patéticos programas policiais que infestaram o país trazendo ódio, medo e desinformação para a população e tendo como apresentadores em sua maioria, profissionais nefastos, preguiçosos, sem qualquer tipo de leitura ou fundamento de qualquer assunto, geralmente são super conservadores, sensacionalistas (praxe), simplistas (por serem preguiçosos e não lerem nem gibi), são chapas brancas nas entrevistas, por sinal só tem capacidade de fazer entrevistas se for desta forma e, falsos. Falam o que o povo quer ouvir:

Policia neles, bala no bandido, cadeia neles, família tem que ser feliz, papai Noel, coelhinho da Páscoa etc..

Não sou contra que exista programas com essa abordagem policial, mas é importante o mínimo de sensatez e serenidade. É necessário muito critério para buscar o profissional que irá comandar o programa na frente das câmeras, não pode ser qualquer orangotango de terno. O jornalismo não pode ser um entretenimento as avessas.

Essa minha critica vai principalmente para os mais famosos desse meio (repórteres, apresentadores e diretores) que passam a falsa sensação para a sociedade e estudantes de jornalismo, que são muito importantes ou tem algum tipo de história na profissão. 

Não tem! 

Nunca fizeram nada de significativo além de falar baboseiras por anos na frente da televisão, puxarem o saco de famosos e ainda serem covardes, pois só batem em cachorro morto.

Os estudantes de jornalismo ou qualquer outra área da comunicação não podem ter esses profissionais que estão a frente desses programas como referencias, pois eles nunca foram referencias e sempre andaram na contramão do jornalismo.

quinta-feira, 26 de março de 2020

Entenda o Estado Islamico

Caro leitor,
nessa postagem eu pretendo esclarecer-lhe sobre o estado islâmico, que ultimamente vem aparecendo com frequência nos principais jornais e sites do mundo inteiro.

Primeiro Ponto: Bom, pra incio de conversa o Estado Islâmico, ou ISIS (Estado Islâmico do Iraque e da Síria), ou EIIL (Estado Islâmico do Iraque e do Levante), ou apenas EI (Estado Islâmico) todos os termos citados aqui significam a mesma coisa. Você pode ler de maneira diferente nos diversos meios de comunicação, mas é tudo a mesma coisa. Certo? Vamos adiante!

Segundo Ponto: O Iraque, que é maior ponto de concentração dos Muçulmanos, é extremamente dividido em três categorias: Árabes Xiitas (60%), Árabes Sunitas (20%) e os Curdos Sunitas (20%). Todos são islâmicos! Por mais de duas décadas o Iraque foi governado pelo ditador Saddam Hussein que representava o grupo dos Árabes Sunitas, desta forma perseguindo e massacrando violentamente os Curdos Sunitas, deixando-os sobreviver no norte do Iraque. Os Xiitas que são maioria, resolveram se calar e se deixar dominar pelo violento ditador iraquiano, que até então tinha apoio dos Estados Unidos. 

Terceiro Ponto: Em 1990, o Iraque invade o Kuwait e entra em rota de colisão com os Estados Unidos, na época, governado pelo George Bush. Começava a guerra do Golfo que durou seis meses, e os iraquianos foram derrotados pelos americanos e aliados. Contudo, Saddam Hussein continuou no poder do Iraque até a chamada segunda guerra do Golfo.

Quarto Ponto:  Os anos se passaram, houve os ataques de 11 de Setembro em 2001, que provocou a Ira do Presidente Americano George W Bush, o filho do presidente da década de 90. Assim os Americanos declararam guerra contra o Iraque que começou em 20 de Março de 2003 até 15 de Dezembro de 2011. Ao fim da guerra e com a morte do ditador Saddam Hussein, o Iraque teve sua primeira eleições legislativa, em 30 de Março de 2014 e evidente que o primeiro ministro seria da representação Xiita, pois é a maioria. O presidente que é algo mais simbólico mas tem sua força, foi da representação Curdos Sunitas, deixando os Sunitas que sempre tiveram o poder, sem poder. 

Quinto Ponto: Esses Sunitas que são menores nas bancadas após as eleições, começaram a sofrer retaliações dos Xiitas e dos Curdos Sunitas, assim revoltados formaram o Estado Islâmico para combate-los. Na síria o Estado Islâmico se formou com o apoio dos Estados Unidos para combater o governo do chamado ditador, Bachara La Sad, apoiado pela Rússia. O desejo central do Estado Islâmico é a criação de um país chamado Califado. Muitos dos sunitas que aderiram ao Estado Islâmico são aqueles que podemos chamar extremistas.

DIFERENÇA RELIGIOSA ENTRE OS XIITAS E SUNITAS

  • Os Xiitas são tradicionais, conservadores, crê na sucessorialidade social e seguem rigorosamente o livro sagrado Alcorão 
  • Os Sunitas já não são tradicionais, pois sempre atualizam suas interpretações sobre o livro sagrado, Alcorão, e também divergem da concepção sucessória da situação social. Os Sunitas além do Alcorão, seguem o livro, A Suna. Por isso o termo sunita.  
  • Os Curdos Sunitas São os sunitas não árabes, o pensamento religioso é sunita, contudo sua "raça" é curda e não árabe como são os da maioria.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A ilíada

A Ilíada é um poema grego feito pela figura de Homero, um homem desenhado como cabeludo, barbudo e cego. Pelo menos é assim a escultura feita dele que você pode encontrar no museu de Munique, na Baviera. Embora existam muitas histórias sobre a vida de Homero, acredita-se que todas sejam lendárias e o Homero seja apenas um símbolo da arte Grega nos séculos que antecederam o nascimento de Jesus Cristo.

Os poemas Homéricos, a Ilíada e a Odisseia, eles eram compostos e cantados pelos aedos (cantores) e eram acompanhados pelo instrumento de cordas chamado de phórminx. Na Grécia antiga os poemas gregos eram recitados em auditórios de homens ricos e poderosos.

No século V a.C, que foi a época clássica da Grécia, os homens eram divididos em duas categorias: Gregos, chamados de helenos, e os bárbaros que seriam aqueles que não falavam grego, por isso a palavra bárbaro era um termo pejorativo na época. 

A Ilíada:

Esse poema conta a história da guerra de Troia entre os gregos e os troianos (que também eram gregos), que deu inicio quando o jovem troiano, Páris, filho do Rei Príamo, rapta Helena, esposa do Rei Menelau de Esparta, quando o príncipe troiano foi na cidade em missão diplomática e acabou se apaixonando pela rainha que também se apaixonou por ele.  

Menelau furioso acaba com qualquer tipo de relação diplomática com os troianos e declara guerra, chamando o general Agamenon para comandar o ataque à Troia com mais de mil embarcações pelo mar Egeu, auxiliado por Ulisses de Itaca, que traz com ele o poderoso Aquiles, considerado um Herói. 

Ao chegarem à praia próximo a fortaleza dos troianos, iniciou-se a guerra, uma guerra que durou em torno de dez anos, segundo o poema, na qual os dois grandes heróis morrem. Heitor pelo lado dos troianos que foi morto por Aquiles, para vingar a morte de seu primo Pratóclo e o próprio Aquiles morto com uma flechado no calcanhar durante a invasão Grega na Fortaleza dos Troianos.

Os gregos só conseguiram invadir a cidade de Troia, graças à ideia de Ulisses em simular a desistência dos gregos espartanos, e assim presentear os troianos com um gigante cavalo (Cavalo de Troia) no qual o exército grego estaria escondido dentro do Cavalo, pronto para atacar Troia quando os troianos levassem o presente para dentro de sua cidade. Os troianos não só levaram todo o exercito do Rei Minelau para dentro de sua cidade, como passaram a noite toda comemorando a "vitória" na guerra, até que foram surpreendidos na manhã seguinte, desguardados, pois o povo e o exercito troiano estavam caídos nos cantos da cidade devido a festa pela noite. Foi quando os gregos aproveitaram para destruir a cidade e vencer a batalha sob o comando de Ulisses.

Ao fim da batalha e a vitória dos gregos sobre os troianos, Ulisses se envaidece e se intitula como Deus, desafiando todos os deuses da mitologia Grega, contudo serão esses Deuses que ele terá que enfrentar junto com seu exercito na hora de voltar para sua cidade de Ítaca, e essa volta é chamada de A Odisseia.

Referencia:


Vidal-Naquet, Pierre, 1930 - O mundo de Homero; tradução Jônatas Batista Neto. - São Paulo: Companhia das letras, 2002.

Heráclito de Éfeso e a doutrina dos contrários

Heráclito de Éfeso, pré-socrático, era de uma família aristocrática e viveu maior parte do seu tempo na sua cidade natal, Éfeso. Dos escritos de Heráclito, sobraram cerca de 100 fragmentos nos quais são constituídos majoritariamente por epigramas, se tratando de questões relativas ao cosmo e a alma.

O fluxo, o fogo e a unidade cósmica foram os principais temas de debates de Heráclito e vou expor nessa postagem um dos fragmentos do filósofo em relação suas principais ideias.


"Da luta do contrário é que nasce a mais bela harmonia"

Esse fragmento de Heráclito tem como intuito debater a mudança constante que acontece com todas as coisas no mundo sempre na alternância dos contrários, que seria o devir. Heráclito defende que todas as ações que acontecem no mundo do qual poderíamos julgar bom ou ruim, seria a perfeita harmonia para que haja a existência de forma plena, esse raciocínio é chamado de Doutrina dos Contrários, na qual seria essencial para a ordem na vida. Ex:

Claro e escuro, quente e frio, úmido e seco, felicidade e tristeza, guerra e paz, dor e prazer.

A partir dessa guerra dos contrários citado acima, é que nasce a harmonia na vida e no cosmos(ordem) na terra. Essa teoria que é baseada numa lei que ele mesmo definiu como uma relação de interdependência entre os opostos, portanto, eles se dependem constantemente para coexistir, embora de formas alternadas. Um exemplo claro seria a dor, pois só sabemos quando estamos bem e saudáveis por experimentarmos o contrário disso. Eu só sei que estou bem, se eu souber quando eu estiver mal.

Essa dualidade proposta por Heráclito, que seria um conflito (polemos), mas que na realidade para o filosofo é a harmonia entre os contrários que se define como o logos (razão), a lei universal da natureza. Essa doutrina que vem de um princípio que está em todas as coisas desde a sua origem, que é o fogo.

Para Heráclito tudo seria uma troca de fogo, e o fogo uma troca de todas as coisas, assim como podemos trocar peças e mercadorias com outra pessoa, se faz idêntico o fogo com as coisas. Temos uma interdependência com fogo, e Deus seria o fogo a forma arquetípica da matéria, e o mundo seria "um fogo eterno", e partes dele, em concordância com o principio do Logos, que vai dar força a sua principal teoria de unidade das coisas, o fogo seria a principal unidade para tudo.

"Todas as coisas são uma mesma mudança para o fogo e, do fogo, para todas as coisas como os deuses são para o ouro para os deuses."

Retomando ao princípio da construção da teoria de Heráclito, o comentador dos fragmentos do filósofo, Charles Khan, debate a doutrina dos opostos a partir do primeiro enigma explicito de Heráclito após suas contradições sobre as ideias de Hesíldo sobre dia e noite, no fragmento XIX, quando Heráclito afirma que dia e noite são um. Kahn aponta que:

"Essa doutrina, conforme expressa identificação do ciclo de dia e noite, é ela mesma um simbolo e um indice para o entendimento da vida e morte humanas como unidade, que compõem a intuição central daquilo que Heráclito chamava de sabedoria." (145)

Então um dos pontos ideais para a identificação nos fragmentos de Heráclito sobre a constituição dos contrários são suas críticas feitas a Hesíldo, por ele achar os contrários completamente opostos e não algo homogêneo.

Kahn também acredita que a partir do fragmento XXVII em que Heráclito diz: "para reconhecer o sábio, ponha separado de tudo." Nesse fragmento é que Heráclito começa a desenvolver sua doutrina de unidade, divergindo agressivamente de Homero e Hesíldo nas suas ideias de total divergência das coisas, ou seja, cada coisa é uma coisa.

Collinson no seu livro, os 50 maiores filósofos da história, faz uma sucinta passagem por Heráclito trabalhando em torno do eixo principal da ideia do filosofo, um dos fragmentos em que Collison se deleita para debater a mesma teoria é a do Logos.

"Escutando não a mim mais o Logos, é sábio concordar que todas as coisas são uma"

Heráclito assinalava que se por acaso os conflitos cessassem, cada um fosse uma coisa nos dando a oportunidade de eliminar qual queiramos, se perderia a razão de algumas facções superarem outras, significando que o mundo como nós conhecemos deixaria de existir, pois perderia a razão de ser.

Os contrastes são necessários para a nossa sobrevivência, para a sobrevivência de todos os seres, visto que se fizermos uma analise de que a morte de um é a sobrevivência de outro, a doença não deixa de ser a vida de um ser (parasita) em algum corpo (hospedeiro) já vivo, ou quem sabe em sua visão, a natureza talvez não seja tão duradoura como ela é senão fosse seus ciclos de mudanças como a morte e nascimento de cada estação. 

REFERENCIAS:

Kahn, Charles; a arte do pensamento de Heráclito - Editora Paulos 2009-SP

Collinson, Diané; os 50 maiores filósofos da história - tradução, Mauricio Waldaman e Bia Costa. Editora Contesto - 2009

G.S KirK - J.E Raven; Os filósofos pré-socráticos - Editora fundação Calouste Gulbenkian 5º edição, 2003

O Édipo Rei

O Édipo Tirano é uma peça de teatro da Grécia antiga escrita por Sófocles em 427 a.C, essa peça teve como objetivo apontar a tragédia da qual os homens não podem escapar do seu destino marcado.


O teatro grego tinha em suas peças escritas pelos poetas da época como Ésquilo e o próprio Sófocles já citado, as possibilidades de criar grandes personagens, no caso, os heróis trágicos que posteriormente vão servir como referencia para os estudiosos na contemporaneidade.

O Édipo rei ou tirano é um desses heróis trágicos descritos por Sófocles, que tem uma história perturbadora, que para Aristóteles foi a melhor de todas as tragédias e uma grande forma de analise para a psicanálise de Freud.

" Um obstáculos inicial na abordagem crítica ao oedipus tyrannus: a concepção amplamente aceita e reiterada com frequência de que uma peça é uma tragédia de destino." 

A história consiste no nascimento de Édipo em Tebas, e seu Pai o Rei de Laio após consultar o Oráculo recebe a mensagem de que seu filho que acabará de nascer terá como destino, mata-lo e casar-se com sua mãe. Inconformado com a profecia do Oráculo, Laio ordena que um de seus soldados leve Édipo as montanhas o abandonando para que sirva de alimento para os lobos.

Ao chegar na montanha o soldado sem coragem para abandonar o recém nascido,  acaba entregando-o para outra uma pessoa que passava no local, que leva a criança para o Corinto, aonde se tornará príncipe de lá. 

Ao chegar na idade adulta, Édipo consulta o Oráculo e se surpreende ao ouvir a profecia de que ele irá matar seu pai e dormi-se com sua mãe. Inconformado com a profecia do Oráculo, Édipo resolve abandonar a cidade de Corinto, na qual já era o príncipe, para que jamais a profecia ocorra.

Pelas estradas da Grécia, Édipo se depara com uma cavalaria e num choque de ideias, Édipo mata a todos que ali estavam continuando sua jornada em busca de uma nova vida.

Chegando na cidade de Tebas, Édipo se torna rei ao responder o enigma da esfinge, decifra-me ou devoro-te. Ela estrangulava qualquer inábil a responder e o enigma consiste nessa pergunta:

Que Criatura pela manhã tem quatro pés, ao meio dia dois pés, e a tarde tem três pés?

Édipo respondeu: O homem engatinha quando bebê, caminha com dois pés na idade adulta e usa um arrimo quando ancião!

A esfinge furiosa com tal resposta comete suicídio se jogando do precipício e assim tornando Édipo o Rei de Tebas.


Como rei, Édipo tem o direito de dormi-se com a rainha Jocasta, mas é nesse momento que a profecia se conclui sem conhecimento de nenhuma das partes.

Após a sua consolidação como rei de Tebas, o povo vai em volta dos pilares de seu palácio pedir ajuda, pois a cidade estava perecendo. Para saber o problema que rondava a cidade, Édipo envia seu cunhado Creonte para ir consultar o Oráculo no templo de Apollo. Édipo então fica sabendo que para salvar a cidade, teria que expulsar ou matar aquele que matou o Rei Laio, o tal assassino estava na cidade.

Édipo chama o cego Tirésias para ajudar na investigação a descobrir quem é o assassino, Tirésias obrigado a dizer pela tirania de Édipo que o assassino de Laio é o próprio rei. 

A partir da revelação de Tirésias, Édipo vai desvendando e se dando conta da profecia que havia ouvido quando resolveu sair do Corinto. Descobre que foi adotado e que realmente matou seu pai no caminho para Tebas, casou-se com sua mãe que ao descobrir suicida-se e não restando mais nada a não ser furar os dois olhos, pois ver o mundo não era mais agradável para ele.

REFERENCIA:

Knox, Bernard; Édipo de Tebas; tradução: Margarida Goldztyn; Editora Perspectiva. 2002.